domingo, 27 de março de 2011

Entrevista com o vereador Donato: transporte público

Hoje publico a quarta parte da entrevista com o vereador Donato. Trata-se de um assunto muito importante para a nossa cidade e muito discutido ao longo da semana que passou. Muitos cidadãos paulistanos tem ido às ruas protestar pelo alto preço da passagem e das péssimas condições oferecidas aos usuários.


Vale a pena ler mais este trecho da entrevista. Estamos vivendo um momento que se não cobrarmos dos nossos governantes políticas públicas permeadas de ações pontuais não teremos como sair de casa.

É conhecida a luta do senhor com relação aos meios de transporte. Esta semana (já faz tem que fiz a entrevista) ouvi no noticiário que serão implantados corredores de ônibus na região da Berrini. Outras regiões de São Paulo também necessitam com urgência de corredores de ônibus, como a Avenida Interlagos, que liga o extremo sul da capital com o centro da cidade e recebe minahres de ônibus lotados todos os dias. Existe algum projeto para que se faça um corredor de ônibus nessa avenida? Quais são os principais entraves que dificultam a realização de um projeto como este?

A cidade de São Paulo conta com cerca de 110 km de corredores de ônibus. Necessita de mais de 300 km. Infelizmente na atual gestão foi concluído apenas alguns quilômetros do antigo fura-fila, mais nada de investimento em corredores. Em 2007 o Secretário de Transportes anunciou 5 novos corredores. Nenhum saiu do papel. Agora novo anúncio, o corredor Celso Garcia e o Berrini. Suspeito que foram anúncios improvisados no calor da disputa sobre o absurdo aumento da tarifa de ônibus. Até onde estou informado nem os projetos desses corredores foram contratados. De qualquer forma, espero que avancem, mas sem dúvida precisamos de um governo que enfrente a questão do modelo de mobilidade na cidade. Voltado ao transporte individua,l e que não funciona mais nem pra quem tem carro e pra quem anda de ônibus, no governo Marta existiam estudos para o corredor Interlagos/W.Luiz/23 de maio. Acho que é um corredor bastante importante, mas o fundamental é ter uma política agressiva de construção de corredores de ônibus por toda a cidade.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O lixo em São Paulo: comentários do vereador Donato

A terceira questão que propus ao vereador Donato tem a ver com o lixo. Aponto algumas causas que eu,como cidadã observo. 
Vamos ler agora o que o vereador Donato pensa a respeito.
3- Infelizmente a cidade de São Paulo sofre muito com o lixo deixado pelos próprios cidadãos nas ruas. Este lixo é um dos grandes responsáveis pelo entupimento do sistema de esgoto e um aliado em alagamentos. Sabe-se que este lixo tem basicamente três origens: esgotos e lixo que são despejados sem tratamento em córregos, sacos de lixo deixados fora de horário nas calçadas e o lixo que é jogado no chão pelos munícipes pelos mais variados motivos. Infelizmente este último fator muitas vezes é provocado pelo comércio irregular. Quais são as ações da prefeitura para inibir o comércio irregular? Existe algum programa da prefeitura sendo feito para profissionalizar os ambulantes e encaminhá-los ao empreendendorismo? O senhor tem algum projeto com relação a isto?


 "A questão do lixo em São Paulo é mais um dos inúmeros desafios de nossa cidade. Infelizmente a atual gestão não tem dado respostas a contento pra essas questões. O contrato de concessão da coleta e destino final do lixo, tem inúmeros instrumentos que se aplicados permitiriam uma cidade muito mais saudável. O contrato previa a criação de mais 17 centrais de triagem de coleta seletiva, chegaríamos a 31, uma por subprefeitura. Além disso, previa a conteinirizacao do lixo domestico. Ou seja ao invés de deixar o saco plástico na calcada, o depositaríamos em um contêiner colocado em cada quarteirão, como as grandes cidades do mundo fazem, evitando que esse lixo seja destruído por animais ou carregado pelas enchentes, causando ainda mais problemas. Esses investiemntos que estão no contrato da concessão e já deveriam estar implantados foram jogados pelo governo Serra na época para 2016. Uma economia financeira e um enorme prejuízo ambiental. Na câmara participei da comissão de estudos do lixo da cidade e mais uma vez tenho a convicção que não se trata de falta de leis e sim de cuprir as existentes. Quanto ao comércio ambulante, recentemente foi aprovado pela Câmara Municipal a operação delegada, que permite à PM atuar na repressão ao comércio irregular. Mas, sem dúvida, não basta reprimir, mas também proporcionar alternativas àqueles que estão nesse comércio. Vou analisar o que já existe e quem sabe tentar apresentar alguma alternativa nessa área." (Vereador Donato)



Na verdade todos nós gostaríamos de entender o que a prefeitura tem feito com relação a este problema tão sério que o lixo e sua destinação em nossa cidade. O vereador aponta algumas alternativas ainda não implementada pela Prefeitura para destinação dos detritos e promete trazer  depois outros esclarecimentos a este respeito.
Eu me sinto muito incomodada, como cidadã, com a quantidade de lixo jogado de qualquer jeito pelas ruas pelas próprias pessoas que vivem na cidade.
 Não basta só pensar não é mesmo? Reduzir, repensar, reutilizar, reciclar e recusar  são alternativas individuais que cada um de nós podemos adotar. Eu tenho tentado e você, o que faz para deixar a cidade mais limpa? 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Minha opinião sobre os mananciais

A respeito das questões feitas ao vereador Donato deixo aqui alguns comentários.

De fato, não há mais como retirar as pessoas que moram em região de proteção aos mananciais, visto que já vivem lá há muito mais tempo que a atual lei, mas é urgente pensar na organização desses espaços, na sua recuperação.
Complemento dizendo que é imprescindível investir em educação ambiental nestas áreas para que todos seus moradores saibam-se, sintam-se co-responsáveis pelo ato de preservar o lugar onde vivem, por conseguinte nossa cidade, nosso planeta.
Na minha humilde opinião quem mora em região de manancial não pode deixar de se sentir parte do processo de produção da água de nossa cidade, mais ainda que qualquer outro cidadão, tem que amar o solo que ocupa.
Não quero com isto dizer aqui que quem não mora em região de manancial não tenha que contribuir com todas as forças para o cuidado com o planeta.


O artigo abaixo foi publicado pelo jornal O Estado de São Paulo em 15 de agosto de 2010 e traz uma reflexão interessante sobre tema da recuperação de mananciais.


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A proteção dos mananciais


O prefeito Gilberto Kassab baixou decreto que altera o Plano Diretor e permite a construção de conjuntos populares verticais no entorno das Represas Billings e Guarapiranga. A medida foi tomada para permitir o avanço do Programa Vida Nova-Mananciais, destinado a proteger os recursos hídricos da região metropolitana de São Paulo. Ele prevê a urbanização de 45 favelas, a remoção de quase 4 mil famílias e a realocação de outras 1,3 mil nos próprios núcleos vizinhos das represas - o primeiro passo para resolver o problema da instalação irregular ali de cerca de 2 milhões de pessoas.
Entre as muitas dificuldades que emperram a remoção dessas pessoas para outras regiões estão os seus altos custos e a carência de terrenos à disposição na capital. Além disso, iniciativas que poderiam pelo menos ajudar a amenizar o problema, como a revitalização do centro da cidade e a utilização de imóveis ociosos para uso social por meio do mecanismo do IPTU progressivo, esbarram na falta de empenho das autoridades e em entraves burocráticos.
O Ministério Público Estadual classificou de "desastre administrativo" o instrumento criado para permitir que a CDHU e a Cohab construam prédios populares na área onde, há três anos, está em andamento o projeto de reurbanização dos núcleos de favelas erguidos nas margens das duas represas. O promotor de Meio Ambiente José Eduardo Ismael Lutti considera que a medida revela "a preguiça" da Prefeitura diante da tarefa de buscar alternativas para os milhões de moradores da região e para a proteção dos mananciais. Em 20 anos, a Represa Billings, responsável pelo abastecimento de 1,2 milhão de habitantes, perdeu 12 quilômetros quadrados de seu espelho d"água por causa do desmatamento provocado pela construção de milhares de moradias irregulares e pelo resultante despejo diário de 400 toneladas de lixo no reservatório. A Guarapiranga, que abastece 3,8 milhões de pessoas, sofre do mesmo mal. No seu entorno, 1,3 milhão de moradores destruíram áreas de preservação e construíram irregularmente.
Tendo em vista que a ocupação de grande parte das áreas próximas das represas, consideradas Zonas de Preservação Permanente (Zepam), já é um fato consumado, assim como o enraizamento ali dos invasores, mesmo urbanistas tradicionalmente contrários às iniciativas do governo Gilberto Kassab reconhecem ser irrealista qualquer tentativa de removê-los. A saída é apressar a instalação de infraestrutura e a regularização da posse dos imóveis aos moradores.
O ex-secretário municipal de Planejamento no governo de Marta Suplicy Jorge Wilheim entende que a verticalização se justifica porque a ocupação horizontal de milhares de barracos acaba sendo mais danosa do que núcleos de prédios que, num espaço menor de terreno, abrigarão número bem maior de moradores.
Uma possível redução da taxa de ocupação do solo em áreas de mananciais precisará ser acompanhada da recuperação da parcela de áreas devastadas e da proteção das parcelas ainda intocadas no entorno dos mananciais. Toda medida que "perdoa" quem um dia infringiu as regras pode estimular o desrespeito às leis de ordenamento urbano. Por isso, é preciso tomar todos os cuidados para que as "justificativas sociais", necessárias para a aprovação da construção dos prédios populares, de acordo com as medidas adotadas pelo prefeito, sejam bem analisadas e jamais banalizadas.
Tão importante quanto o controle dos projetos é a vigilância para que não ocorram novas agressões ao meio ambiente na região. Nos últimos três anos, a Guarda Ambiental, em conjunto com agentes da Secretaria do Verde e Meio Ambiente e das subprefeituras, obrigou a demolição de quase 5 mil moradias irregulares, além de lojas, depósitos clandestinos de lixo e sucata. As multas ultrapassaram os R$ 11,6 milhões.
Medidas como essas, no quadro de uma ação conjunta da Prefeitura e do Estado, são essenciais para preservar o que restou das áreas de proteção daqueles mananciais.


Site a repeito da lei de proteção aos mananciais.
De olho nos mananciais